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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Baixar emulador - DreamCast para Pc


A História do Dreamcast



Lançado em novembro de 1998 no Japão, e em setembro de 1999 nos EUA (a data 9/9/99 fez a alegria dos marketeiros da Sega, com propagandas espalhadas em toda a parte), as vendas do console em seu primeiro ano foram agressivas e com números recordes, especialmente no mercado norte-americano, com vendas de 500 mil unidades nas duas primeiras semanas (com 300 mil unidades encomendadas na pré-venda e mais de 225 mil vendidos nas primeiras 24 horas nas lojas – um verdadeiro recorde até os dias de hoje, gerando um faturamento de quase US$100 milhões para os bolsos da empresa – o PS3, por exemplo, vendeu 81 mil unidades nas primeiras 24 horas no Japão, segundo dados do Media Create). O preço camarada de US$ 199 ajudou bastante, ele foi anunciado pelo presidente da Sega, Bernie Stolar, indo contra os planos dos chefões japoneses, que queriam cobrar US$ 250. Stolar foi despedido antes do lançamento do Dreamcast. Os excelentes jogos iniciais do aparelho também garantiram boas vendas, com títulos como “Sonic Adventure“, “Soul Calibur“, “Marvel vs Capcom“, “Power Stone“, entre outros. Após muito tempo na “seca”, a Sega desfrutava de uma grande sucesso comercial, onde sobrava consumidores e faltava consoles para a demanda.
Apesar da falta dos clássicos games de esporte da EA (gênero que os americanos são fanáticos), a Sega Sports tentou suprir a carência com belíssimos games da NFL e NBA da série 2K, com motores gráficos mais poderosos que o da concorrência. Não apenas nos esportes, mas o Dreamcast contava com uma biblioteca de games bem diversificada (apesar do seu calcanhar de aquiles ser a falta de RPGs), com destaque especial para os games de luta e os inovadores/revolucionários títulos da Sega (que estava em seu auge em termos de criação), como “Jet Set Radio“, “Crazy Taxy“, “Samba de Amigo“, “Space Channel 5“, “Phantasy Star Online” e “Shenmue“.

Sonic Adventure trazia uma aventura incrível em 3D da mascote da Sega
O Dreamcast era o primeiro console de 128 bits do mercado e realmente era muito poderoso (muito mais do que o PlayStation e o N64 – e por alguns anos, o PS2 lutou para se igualar ao DC), além disso trazia grandes inovações para o mundo dos videogames, a mais notória delas, o uso de modem embutido para se jogar online (no Brasil era vendido separadamente), inclusive com uma rede online gratuita para conectar os seus usuários, a SegaNet. Ele trouxe para os jogadores muitas novidades e serviços até então totalmente desconhecidos, e que posteriormente seriam usados pela concorrência.
A logomarca do aparelho era um espiral que representava “o universo e o poder infinito dos seres humanos“, o que convenhamos, era bem filosófico e inspirador para um aparelho dos “sonhos”. Sua cor era diferente de acordo com as regiões: em regiões com padrão de vídeo PAL, a logo era azul (a mesma usada pela TecToy quando lançado no Brasil) para evitar disputas comerciais com a empresa alemã Tivola, que já usava uma espiral laranja em sua logomarca. Na América do Norte a espiral era vermelha, enquanto que no Japão e no restante do continente asiático a espiral era laranja.
Além do modem, o aparelho trouxe outras novidades curiosas, como o seu gigantesco controle, amado por uns, odiado por outros. Com um design que lembra uma nave espacial, com um total de 11 botões, um direcional analógico e duas portas de expansão para inserir cartões de memória, tremor pack (modo de vibração), VMU, etc. A criação do VMU (Visual Memory Unit) foi uma das grandes sacadas da Sega e um charme adicional todo especial. Ele era um cartão de memória para salvar o progresso dos games, mas também tinha a função de minigame para alguns títulos, graças à sua tela de cristal líquido. Esses VMUs tinham o tamanho de um cartão de crédito, e quando ligado ao controle do Dreamcast, ele pode fazer algumas opções únicas, além de funcionar como um pequeno PDA (calendários, agenda de telefones, etc).
Outras novidades foram a DreamEye, uma webcam lançada apenas no Japão. A Sega tinha planos de usá-la com jogos, infelizmente ela abandonou o barco antes disso acontecer. Havia também uma vara de pescar com sensores de movimento para os simuladores de pesca, que também podia ser usada como espada em “Soul Calibur” – um embrião do que viria a ser o popular Wii Remote, da Nintendo. Também não faltava teclados, mouses, controles especiais e pistolas.

o controle e o cartão VMU
O Fim do Sonho
Mas se o Dreamcast era esse videogame poderoso, com tecnologias revolucionárias, ótimos games e que vendeu bem no seu primeiro ano de vida, o que foi que aconteceu para ele cair no limbo do esquecimento na história dos videogames? Bom, para começar, o anúncio do PlayStation 2 feito pela Sony em março de 1999, foi um tiro que acertou em cheio o Dreamcast. Mesmo lançado apenas em 2000, o simples anúncio e as fortíssimas campanhas de marketing da Sony, foram o suficiente para gerar um hype altíssimo do público, abalar as vendas do Dreamcast e desviar os holofotes da imprensa especializada, que esperavam um super console (o que não aconteceu exatamente, mas isso não impediu o sucesso do PS2).

o simples anúncio do PS2 foi o suficiente para acabar com a festa do DC
Uma grande vantagem que o PS2 tinha era a sua retrocompatibilidade, com games do seu predecessor, o que aumentava, em muito, a biblioteca de jogos disponível já em seu lançamento. Coisa que o Dreamcast não tinha com o Saturn, e que poderia ter dado uma sobrevida. Outro fator importante, o PS2 usaria o DVD como mídia, que estava em seu auge na época. Mais do que  nunca, a Sony conseguia passar a imagem de que o PS2 não era “apenas” um videogame, mas um centro de entretenimento que além de jogos, podia rodar filmes ou tocar suas músicas preferidas e acessar a internet. Além do mais, devido ao sucesso do console anterior, todos conheciam os nomes Sony e PlayStation, enquanto que a marca “Sega” há muito tempo já estava esquecida como referência para consoles (ela havia se queimado bastante com o 32X e o Saturn, ambos “filhos abandonados”).
O Dreamcast usava uma mídia própria chamada GD-Rom, que ficou obsoleta após o sucesso do DVD, com capacidade de armazenamento de 1,2 Gb. A Sega fez essa escolha para tentar combater a pirataria (não havia gravadores/leitores de GD-Roms), mas como sabemos, os hackers podem ser muito criativos, e logo conseguiram contornar o problema.




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